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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

O Primeiro Encontro - Julie Carnwell

Eu sabia que era uma mulher madura. E ouvindo sua voz no telefone, embora profunda, eu já sabia que ele era novo. Mas confiava que ele seria útil. Eu precisava admitir que precisava de apoio e era só isso que eu queria. Pedi que nos víssemos um pouco antes no dia combinado. Eu queria conversar e saber como ele era. Ele concordou, claro, ele também gostaria de conversar.
Sentada no café que combinamos, eu esperava sentada de frente para a porta. Não digo que não tive receio, é claro que tive. Mas por isso estávamos ali, para confirmar se seria isso mesmo. Caso contrário, provavelmente a noite seria um grande desastre. Um rapaz entrou e, pelo seu olhar, eu já sabia que era ele. Como eu previra, ele veio direto para a minha mesa.
Notei que ele parecia mais velho do que provavelmente era. Educado, charmoso, eu não deveria ter ficado preocupada. Começamos a conversar para que pudéssemos nos conhecer melhor. Expliquei mais uma vez sobre o jantar ao qual ele me acompanharia naquela noite. Era um jantar de negócios, eu procurava uma pessoa que pudesse manter uma conversa daquele nível. Ele pareceu bem atencioso e garantiu que daria tudo certo. Eu esperava que sim. Acertamos o preço e ele pediu tudo em dinheiro. Para mim não era problema.
Com certeza a sua bela aparência já chamava a atenção. O smoking caro que ele usava também ajudava um tanto, mas a verdade é que mesmo sem aquele smoking, ele não deveria ser pouca coisa. Mas isso era só um pensamento comum de uma mulher que sempre analisou tudo na vida, eu não tinha intenção nenhuma de pagar por sexo, isso seria humilhante.
Sua conversa era leve, inteligente e tinha um certo senso de humor discreto. Ele era realmente perfeito. Sustentava sempre meu olhar e seus olhos poderiam ser considerados a perdição de muitas mulheres.
Acertamos os detalhes, criamos nossa história e fomos para o jantar, no qual eu o apresentava como meu amigo e ele apertava firmemente a mão dos outros convidados.
Carinhoso, amigo, culto e com uma pequena medida de sensualidade, sempre discreta, mas que ele não conseguia não deixar escapar, ele conquistou não apenas minha aprovação, mas aparentemente a de outras pessoas também, que por vezes se encantavam com ele. Realmente ele não me desapontou em momento algum, ele interagia perfeitamente com os outros convidados sem deixar de dar atenção a mim.
Alguns homens não se sentem à vontade ao lado de mulheres bem-sucedidas, mas esse garoto parecia perfeitamente à vontade. Ele era completamente seguro de si, sabia o que tinha e o que podia fazer. Seu jeito de andar, seus gestos, a maneira de portar-se denunciavam sua segurança.
Então veio a dança. A música já tocava de fundo desde o começo do jantar, mas agora os casais resolveram dançar. Provavelmente alguém havia começado e aos poucos a pista começou a ficar cheia. Ele pegou minha mão e, com um sorriso arrebatador, guiou-me à pista de dança. Claro que ele jamais me envergonharia, ele sabia dançar perfeitamente bem e eu podia imaginar os olhares invejosos de algumas mulheres que nos observavam.
Sim, ele era ideal. Eu jamais poderia me preocupar em ter um namorado. Minha prioridade era minha carreira e meu trabalho era a minha vida, poucos homens aceitariam isso. Em momento algum eu confundi qualquer uma dessas coisas, eu desejava apenas companhia em um evento.
Ao final, nos despedimos cordialmente e eu agradeci, mencionando como a noite havia sido ótima e ele concordou. Eu não tinha certeza de como seria a próxima vez, mas acreditava que ela poderia existir.

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